Nesta quarta-feira (9), a elefanta africana Kenya, de aproximadamente 44 anos, tornou-se o último exemplar em cativeiro na Argentina a ser transferida para o Santuário Elefantes Brasil, localizado em Chapada dos Guimarães, Mato Grosso. O transporte marca o fim de uma era, transformando a Argentina em um país livre de elefantes em cativeiro.

Viagem terrestre de mais de 3.600 km

A difícil jornada começou no Ecoparque de Mendoza, na Argentina, onde Kenya vivia sozinha há cerca de 40 anos. Em uma carreta adaptada, acompanhada por veterinários e biólogos, a elefanta percorreu aproximadamente 3.600 km. O trajeto teve apoio da Polícia Rodoviária Federal após a travessia da fronteira brasileira.

Adaptação ao novo habitat

No destino, a equipe do santuário envolvida no projeto de bem-estar animal, liderada pelo biólogo Daniel Moura, preparou uma área ao ar livre para que Kenya se acostume gradualmente com a nova rotina. Inicialmente separada da elefanta Pupy — integrante já estabelecida desde abril — ela será introduzida de forma progressiva e controlada.

Santuário Elefantes Brasil: um refúgio para resgatados

Inaugurado em 2016, o santuário cobre cerca de 1.200 hectares no Cerrado de Chapada dos Guimarães. Além de Kenya e Pupy, abrigam-se elefantas asiáticas resgatadas do cativeiro, como Maia, Rana, Bambi, Mara e Guillermina – esta última resgatada de circo no Brasil. O santuário é o primeiro dedicado exclusivamente a elefantes da América Latina.

Significado na conservação e nos direitos dos animais

A chegada de Kenya simboliza não apenas a libertação de um animal que passou quase toda sua vida em cativeiro, mas também o fortalecimento de práticas de reabilitação e respeito à diversidade animal. A iniciativa faz parte de um esforço internacional, com apoio de organizações como Elephant Voices e Global Sanctuary for Elephants.

Próximos passos

Kenya iniciará seu processo de aclimatação sem pressa, sendo observada constantemente por equipes técnicas. Em breve, ela poderá conviver com Pupy, embora em áreas separadas, respeitando a biologia social das espécies africana e asiática. O santuário não é aberto ao público, priorizando o bem-estar dos animais em ambiente natural.

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