Na quarta-feira (27 de agosto de 2025), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que oficializa a implantação da TV 3.0 — também conhecida como DTV+, a próxima geração da televisão aberta no Brasil. A expectativa é que o novo sistema comece a operar já em junho de 2026, em tempo para a Copa do Mundo.

O que muda com a TV 3.0?

A TV 3.0 representa uma evolução em relação à TV digital implantada em 2007. Baseada no padrão ATSC 3.0, ela combina os sinais tradicionais de broadcast com serviços de banda larga, criando uma interface mais dinâmica e interativa.

Os telespectadores terão acesso a conteúdos em alta resolução — 4K e até 8K — acompanhados de som imersivo estilo cinema e uma gama de cores muito maior, com legendas customizáveis, audiodescrição e intérpretes em Libras em tempo real.

Experiência interativa e conectada

Além de assistir aos programas, será possível interagir diretamente pela TV: votar em reality shows, escolher diferentes câmeras em transmissões esportivas, acessar conteúdos sob demanda como séries e estatísticas, e até fazer compras via controle remoto.

Serviços públicos estarão mais acessíveis, com aplicativos como o gov.br disponíveis na tela da TV. Em situações de emergência, alertas em tempo real poderão ser exibidos à frente, operando ainda que o aparelho não esteja conectado à internet.

A transição e suas etapas

A implantação da TV 3.0 seguirá um cronograma gradual, iniciando por grandes centros urbanos em 2026, com cobertura nacional estimada para até 15 anos, convivendo com a tecnologia digital atual para garantir acesso contínuo ao sinal aberto.

Consumidores não precisarão trocar imediatamente de TV. Quem desejar usufruir das novas funcionalidades deverá adquirir um conversor, estimado entre R$ 300 a R$ 400, até que televisores com suporte nativo à TV 3.0 cheguem ao mercado.

A fase preparatória, segundo o Ministério das Comunicações, deve ser concluída ainda em 2025, com os primeiros sinais já no ar antes da próxima Copa.

Investimentos iniciais somam cerca de R$ 7,5 milhões, com possibilidade de acréscimos bilionários ao longo do processo.

Impacto no mercado publicitário

A interatividade da TV 3.0 pode atrair parte dos investimentos publicitários que migraram para plataformas digitais. Com audiência mais segmentada, será possível veicular anúncios localizados — por cidade ou bairro — beneficiando tanto grandes marcas quanto anunciantes regionais.

Ciclo regional e internacional

O Brasil adota o ATSC 3.0, compatível com implementações anteriores em países como Coreia do Sul, Estados Unidos, Jamaica e Canadá, e representando uma abertura tecnológica para toda a América Latina.

Preparativos das emissoras

A Globo, principal emissora brasileira, já expandiu sua parceria com a Grass Valley, aprimorando sua infraestrutura para transmissões em 4K por meio da plataforma AMPP, baseada em software, além da adoção de tecnologias IP-ready e nuvem.

Conclusão

A implantação da TV 3.0 — ou DTV+ — representa um avanço significativo na televisão aberta brasileira. Ao combinar qualidade visual e sonora de alta definição com recursos interativos, conectividade à internet e serviços públicos integrados, o modelo visa transformar o televisor em uma plataforma inteligente e envolvente. A transição cuidadosa, com apoio das emissoras e incentivos públicos, promete modernizar a radiodifusão nacional sem deixar ninguém para trás.

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