Um estudo recente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) destaca que investir no transporte coletivo é uma estratégia essencial para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa, especialmente o CO₂, no Brasil.


Eficiência ambiental dos ônibus

Segundo dados da CNT, ainda que os ônibus emitam mais GEE por quilômetro rodado do que carros, analisando as emissões por passageiro, o transporte coletivo é muito mais eficiente. De acordo com um documento da CNT, “carros emitem até sete vezes mais poluentes que ônibus, por passageiro e por quilômetro”. Isso reforça o papel estratégico dos corredores de ônibus para a diminuição da poluição urbana e do consumo de combustíveis.


Contexto das emissões no transporte

De acordo com o IPCC e fontes como Our World in Data, o setor de transportes é responsável por cerca de 20 a 25 % das emissões globais de CO₂, com os veículos rodoviários respondendo por aproximadamente 75 % desse total. Isso reforça a urgência de transitar para meios mais limpos como ônibus a etanol, elétricos e a hidrogênio.


Medidas propostas pela CNT

A CNT e a Coalizão pela Descarbonização do Transporte recomendam:

  • Modernização e renovação de frota, adotando tecnologias mais limpas;
  • Financiamento de combustíveis e energia limpa, com menos emissões por passageiro;
  • Aprimoramento da infraestrutura urbana, com corredores exclusivos e integração com ciclovias e metrôs.

Estima-se que a adoção dessas soluções possa ampliar a participação do transporte coletivo na mobilidade urbana, reduzindo vertiginosamente o número de carros nas vias e, consequentemente, o volume de emissões.


Inovações tecnológicas em curso

A CNT ressalta iniciativas inovadoras já em andamento no Brasil:

  • Ônibus a etanol testados com redução de até 90 % de material particulado e 62 % de óxidos de nitrogênio, sem emissão de enxofre e com redução de 80 % no CO₂;
  • Ônibus a hidrogênio, com projetos bem-sucedidos pela EMTU‑SP e COPPE/UFRJ, apresentam tecnologias com zero emissão no escapamento – apenas vapor d’água.

Esses veículos pilotados em ambientes operacionais mostram o potencial real de abater a poluição urbana.


Benefícios sociais e econômicos

Além de reduzir a poluição, o transporte coletivo eficiente beneficia a sociedade de várias formas:

  • Melhora na qualidade do ar e saúde pública, especialmente reduzindo carbono negro e material particulado nos corredores de ônibus urbanos;
  • Inovação tecnológica e geração de empregos, mediante investimentos e inovação no setor de transporte público;
  • Redução de custos e dependência de combustíveis fósseis, potencializada com a adoção de tecnologias limpas.

Conclusão

A priorização do transporte coletivo moderno, integrado a frotas com tecnologias de baixo carbono e infraestrutura adequada, representa uma das formas mais eficazes e viáveis para reduzir as emissões no setor de transporte. A CNT defende que, para cumprir as metas climáticas e melhorar a qualidade de vida, é necessário avançar com ações que alinhem sustentabilidade, mobilidade e desenvolvimento.

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