Neste domingo (29/06/2025), a revista britânica The Economist publicou uma análise apontando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um momento de fragilidade tanto no cenário interno quanto no cenário global.

1. Popularidade em queda no Brasil

  • A publicação destaca que os índices de aprovação de Lula estão entre os mais baixos de seus três mandatos e bem inferiores aos alcançados nos primeiros governos (2003–2010)
  • Pesquisa Quaest indica aprovação de apenas 35%, em meio a um país que se “inclina à direita”, impulsionado por críticas à corrupção associada ao PT e pelo crescimento da população evangélica.

2. Isolamento diplomático

  • A revista afirma que o Brasil está se distanciando de suas tradicionais parcerias ocidentais, aproximando-se de potências como China e Irã. A posição crítica do governo a operações militares dos EUA no Irã é citada como exemplo desse afastamento.
  • Essa postura teria reforçado uma percepção de isolamento, mesmo frente a aliados regionais e parceiros latino-americanos .

3. O episódio do IOF e o Legislativo

  • A derrubada pelo Congresso de decretos que aumentavam o IOF é apresentada como um sintoma claro da perda de força política do Executivo. Trata-se da primeira vez em 30 anos que tal ataque à autonomia presidencial ocorreu.

4. Perspectivas e riscos futuros

  • A The Economist sugere que o cenário do presidente deve se agravar se uma figura da direita se fortalecer na disputa eleitoral de 2026 — com Lula possivelmente retornando à condição de réu .

Contexto complementar

  • Reação da população: de acordo com pesquisa Datafolha de fevereiro de 2025, a aprovação do presidente caiu a 24%, mínimos históricos, diante da inflação dos alimentos e da violência urbana.
  • Inflação alimentar: o custo do café, item culturalmente sensível, subiu cerca de 40% devido a condições climáticas severas, o que impactou diretamente famílias de menor renda.
  • Economia em desaceleração: projeções do Banco Central e pesquisa da Reuters apontam redução do PIB de 3,4% para 2,0% em 2025, com retirada de apoio ao crescimento por conta de juros elevados e incertezas do comércio global.
  • Incerteza fiscal: analistas apontam que os planos de Lula para estímulo econômico e ampliação de gastos públicos geram risco para a estabilidade fiscal e reacendem preocupações do mercado.

Interpretação final

A reportagem da The Economist reflete um momento crítico para o governo Lula: queda inédita na aprovação doméstica, desafios econômicos, pressão do legislativo sobre questões fiscais e um posicionamento externo que favorece o afastamento de parceiros tradicionais. A análise sugere que, mesmo preservando influência entre países do Sul Global, o atual ciclo político e econômico no Brasil requer ajustes estratégicos para evitar aprofundamento da crise.

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