O conflito entre Irã e Israel, intensificado por ataques a instalações nucleares e represálias mútuas, deve figurar com destaque na agenda da 17ª Cúpula dos BRICS, marcada para 6 e 7 de julho de 2025, no Rio de Janeiro. A inclusão do tema decorre não só da recente adesão do Irã ao bloco, em janeiro de 2024, mas também dos interesses divergentes entre suas nações integrantes.


Repercussões no BRICS

  • Integração do Irã ao bloco: o Irã tornou-se membro pleno em janeiro de 2024, fortalecendo sua voz dentro do grupo.
  • Interesses conflitantes: Rússia e China manifestam apoio ao Irã, enquanto Brasil, Índia e África do Sul preferem cautela para evitar confrontos com países ocidentais .

Declarações de especialistas

A historiadora Beatriz Bissio, da UFRJ, afirma que o Brasil, na presidência rotativa, deve usar o encontro para reafirmar seu tradicional posicionamento em prol da soberania, autodeterminação dos povos, diplomacia e resolução pacífica de conflitos. Já a professora Carolina Pavese (Instituto Mauá) destaca que o bloco não possui uma agenda de segurança, o que dificulta definir posições mais contundentes. Segundo o analista Robson Valdez (IDP), “há interesses divergentes … o BRICS corre o risco de se tornar refém das tensões entre seus membros mais belicosos e mais pragmáticos”


Comunicado do BRICS antes da cúpula

Em 24 de junho de 2025, o BRICS emitiu nota manifestando “grave preocupação” com a escalada da guerra no Oriente Médio. O bloco enfatizou os riscos incalculáveis para a paz e a segurança internacional e apelou por diálogo e soluções diplomáticas.


A cúpula: informações oficiais

EventoDataLocal
17ª Cúpula BRICS6–7 de julho, 2025Rio de Janeiro, Brasil

O evento é presidido pelo Brasil e reunirá chefes de Estado de países-membros e observadores, com foco também em temas como desenvolvimento sustentável, reforma de instituições globais e uso de moedas locais nas negociações.


Relevância geopolítica

  1. Estabilidade regional: o agravamento do conflito pode desestabilizar ainda mais o Oriente Médio e influenciar a segurança global, especialmente em energias e comércio internacional.
  2. Coesão do bloco: divergências entre apoiadores diretos do Irã (China e Rússia) e os países mais cautelosos (Brasil, Índia, África do Sul) testam a capacidade do BRICS de manter unidade.
  3. Papel diplomático do Brasil: enquanto presidente do fórum, o país busca consolidar um discurso equilibrado, centrado em diplomacia e estabilidade.

Próximos passos

  • A cúpula será um momento crucial para consolidar a posição do BRICS, com declarações que mesclaram consenso e divergências internas.
  • O resultado dependerá da habilidade diplomática para formular um posicionamento compartilhado, evitando o desgaste do bloco diante de tensões internacionais.

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