A produção industrial brasileira teve desempenho irregular em abril, segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-Regional) divulgada pelo IBGE. Na comparação ajustada sazonalmente com março, nove das 15 regiões monitoradas registraram queda. Já seis locais apresentaram crescimento, refletindo uma dinâmica heterogênea no setor.

Regiões com recuo em abril

Com destaque negativo, os principais declínios ocorreram em:

  • Ceará: -3,9%, eliminando o avanço de março
  • Espírito Santo: -3,5%, após dois meses consecutivos de alta
  • Rio de Janeiro: -1,9%
  • São Paulo: -1,7%, estado com maior influência no indicador nacional
  • Mato Grosso: -1,4%
  • Amazonas: -1,3%
  • Pará: -0,8%
  • Minas Gerais: -0,3%
  • Paraná: -0,1%

Esses resultados apontam para desafios em atividades-chave como química, extrativa e veículos, especialmente em grandes polos industriais.

Destaques positivos

Por outro lado, seis localidades interromperam a tendência de recuo:

  • Pernambuco: registrou impressionante alta de 31,3%, maior da série histórica, impulsionada pelo retorno de unidades produtivas, petróleo, química e automotivo
  • Região Nordeste: +7,2%
  • Goiás: +4,6%
  • Bahia: +0,5%
  • Complementaram o quadro positivo: Pará (+0,1%) e Santa Catarina (+0,1%)

Visão nacional e tendências

No âmbito nacional, a produção variou modestamente: +0,1% frente a março, mantendo o quarto mês de crescimento consecutivo. No acumulado de janeiro a abril, o setor avança +1,4%, enquanto em 12 meses a alta ficou em +2,4%, porém desacelerada em comparação a março (+3,1%)

Analistas do IBGE atribuem a desaceleração da indústria a fatores como juros elevados, inflação, restrição ao crédito e cenário externo incerto — elementos que limitam investimentos e consumo.

Panorama regional

RegiãoAbril/MarçoAbril/Abril-2024
Brasil+0,1%-0,3%
Pernambuco+31,3%-3,4%
Nordeste+7,2%+0,2%
Goiás+4,6%+4,6%
Bahia+0,5%+3,3%
CE, ES, RJ, SP…recuaramrecuo em 11 de 18 locais

O recuo em 11 das 18 regiões na comparação anual, com -0,3% no acumulado em abril, reforça as fragilidades conjunturais da indústria.

Conclusão

Abril foi um mês de resultados desfavoráveis para a produção industrial em grande parte do país. Embora o índice nacional permaneça levemente positivo frente a março, a disseminação de quedas regionais e o ritmo arrefecido do crescimento anual expõem desafios macroeconômicos — especialmente relacionados a crédito, demanda interna e preços. Os contrastes regionais, como o salto histórico de Pernambuco, mostram que fatores como retomada produtiva local podem explicar disparidades no desempenho da indústria nacional.

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