O Brasil caminha para registrar um novo recorde na produção de carnes suína e de frango no ano de 2026, segundo o levantamento Perspectivas para a Agropecuária Safra 2025/26, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 18 de setembro de 2025.

Projeções gerais para proteínas

A estimativa é que a produção total de carnes bovina, suína e de frango alcance 32,3 milhões de toneladas em 2026, superando a previsão de 32,1 milhões de toneladas para 2025. Caso se confirme, será o maior volume da série histórica da Conab.

Esse crescimento será puxado especialmente pelas carnes suína e de frango. A produção de frango está projetada em 15,9 milhões de toneladas, enquanto a de suína deve chegar a 5,8 milhões de toneladas ambos recordes para essas categorias, segundo a estatal.

Bovinos: transição e retração esperada

Diferentemente de frango e suína, a carne bovina deve apresentar leve retração em 2025 e 2026. Depois de alcançar recorde de aproximadamente 11,1 milhões de toneladas em 2024, a produção bovina estimada para 2025 é de 10,9 milhões de toneladas, com nova queda prevista para 2026, caindo para cerca de 10,6 milhões. Esse movimento é atribuível ao chamado reversão de ciclo pecuário, em que há retenção de fêmeas no rebanho para reposição e menor oferta de animais aptos ao abate.

Exportações, demanda interna e preços

A Conab projeta que o Brasil manterá trajetória positiva nas exportações de carnes, especialmente de frango e suína.

  • No caso do frango, as exportações estão estimadas em 5,4 milhões de toneladas para 2026, mesmo com o incidente de gripe aviária ocorrido em maio no Rio Grande do Sul. A produção interna também deve aumentar, chegando a 10,6 milhões de toneladas, o que resultaria numa disponibilidade média de 51,1 kg de carne de frango por habitante no mercado interno.
  • Para a carne suína, além do recorde na produção, há previsão de crescimento nas vendas externas, com mercados asiáticos destacados (Filipinas, Japão, Coreia do Sul e Cingapura) como compradores que têm aumentado sua participação. Internamente, o consumo também tende a subir, com oferta estimada em 4,3 milhões de toneladas em 2026.

Fatores que sustentam o crescimento

Vários elementos contribuem para esse panorama otimista:

  • Aumento da demanda internacional, especialmente da Ásia, com países como Filipinas ganhando relevância como compradores.
  • Mercado interno firme, que mantém consumo e favorece oferta das proteínas mesmo com desafios sanitários pontuais, como a gripe aviária.
  • Políticas públicas de estímulo ao setor agropecuário, crédito rural forte e incentivos para que os produtores invistam em produtividade.

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