A prévia da inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), subiu 0,48% em setembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (25). O resultado representa uma reversão em relação a agosto, quando o índice recuou 0,14%.

De acordo com a divulgação oficial, a alta de 0,48% ficou 0,03 ponto percentual abaixo da mediana das estimativas do mercado, que apontavam para uma variação de 0,51%.

Componentes e impacto acumulado

O segmento Habitação foi o que mais pressionou o índice em setembro. Com variação de +3,31%, ele foi responsável por adicionar 0,50 ponto percentual ao índice geral.

No acumulado até setembro de 2025, o IPCA-15 registra alta de 3,76%. Em um recorte mais amplo, considerando os últimos 12 meses, a inflação prévia alcançou 5,32%, ultrapassando os 4,95% observados nos 12 meses anteriores.

Para efeito de comparação, em setembro de 2024 o índice teve alta de 0,13%.

Projeções do mercado e implicações

No âmbito do mercado financeiro, o panorama permanece de atenção. O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, manteve a estimativa para o IPCA em 4,83% para 2025.

A meta oficial do governo para a inflação medida pelo IPCA é de 3,0% ao ano, com tolerância de ±1,5 ponto percentual, ou seja, faixa entre 1,5% e 4,5%.

Em paralelo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem mantido a taxa Selic em 15,00% ao ano. A ata recente indica que essa taxa deve permanecer por “período bastante prolongado”, como estratégia para conter pressões inflacionárias e ancorar expectativas.

Ainda assim, economistas alertam que a desaceleração observada anteriormente pode ser temporária. Alguns projeções já apontam para expectativa de inflação de 4,80% a 4,85% em 2025, e moderação em 2026, mas sem garantias de que o índice será contido abaixo do teto tolerado no futuro próximo.

Síntese e desafios

  • Setembro foi marcado pela retomada do ritmo inflacionário após recuo em agosto.
  • O setor de habitação teve papel decisivo, puxando os preços para cima.
  • O acumulado em 12 meses já supera o limite superior da meta inflacionária vigente.
  • O mercado mantém atenção sobre a reação da política monetária e suas repercussões no consumo, juros e investimentos.

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