O jogo como filtro de perfil

Segundo o colunista Henrique Kirilauskas, da CNN Brasil, o interesse dos bancos, gestoras e grandes instituições financeiras no golfe vai muito além da mera exposição de marca. O ponto central é o acesso a um perfil de cliente específico: executivos, investidores e decisores com mais de 35 anos, de mentalidade de longo prazo e com alto poder aquisitivo — justamente o público que o mercado financeiro busca atrair.


Tempo e relacionamento

Uma partida típica se estende por quatro a cinco horas, em um ambiente calmo e sem cronômetros. Esse ritmo propicia conversas profundas, confidenciais, alinhamento de valores e estratégias, um diferencial que o mundo dos negócios valoriza.


Networking e confiança

O campo de golfe funciona como um “clube invisível” — um espaço privilegiado onde reputação, honestidade e etiqueta se explicam naturalmente. Sem árbitros, o jogador deve confiar na própria ética — quem tenta burlar as regras logo é excluído. Isso reforça a percepção de caráter e integridade, fatores decisivos para fechar negócios.

Kirilauskas destaca ainda estudo da CBGolfe apontando que 90% dos golfistas preferem fazer negócios com quem também pratica o esporte.


Investimento estratégico das instituições financeiras

Bancos e gestoras não investem apenas em torneios ou patrocinam clubes; muitos de seus executivos jogam regularmente — CEO, VPs, private bankers e corretores — buscando estar no green para se aproximar de potenciais clientes com o perfil ideal.

Essa presença ativa não é apenas para visibilidade: o esporte funciona como filtro de maturidade financeira e postura estratégica — quem joga golfe entende o valor do planejamento, disciplina e constância, atributos coletados na hora de investir.


Similaridade com o mercado financeiro

Assim como os mercados — voláteis e incertos — o golfe exige controle emocional, paciência e tomada de decisão inteligente. Essa sintonia entre atitude no campo e nos investimentos reforça o vínculo entre executivos que jogam e gestores que procuram perfis semelhantes no mercado.


Conclusão

O golfe deixou de ser apenas um esporte de luxo para se transformar num instrumento estratégico de relacionamento no mundo financeiro. Ele oferece:

  • Ambiente ideal para criar confiança e integrar potenciais clientes;
  • Indicador de valores e conduta ética;
  • Filtro natural para identificar indivíduos com perfil de investimento adequado.

Em resumo, o setor financeiro vê no golfe não apenas um hobby elegante, mas um ambiente eficaz de prospecção, branding e conexão com o público mais valorizado por bancos e gestoras.

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