Uma pesquisa recente da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgada em 28 de agosto de 2025, revelou que a maioria dos brasileiros — 53% dos entrevistados — avalia a situação econômica do país como “ruim”. Outros 29% consideram o cenário econômico “bom”, enquanto 18% o definem como “normal”.
O levantamento foi realizado digitalmente com 6.238 participantes, entre os dias 20 e 25 de agosto, com nível de confiança de 95%.
Situação Econômica das Famílias
Além da percepção nacional, os entrevistados avaliaram sua própria situação familiar:
- 38% consideram a condição econômica de suas famílias ruim.
- 33% a veem como boa.
- 29% a classificam como normal.
Inflação em Foco
Um dos principais fatores que têm pressionado o orçamento doméstico é a inflação. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, acumula 5,23% nos últimos 12 meses, até julho de 2025. Já o Banco Central, por meio do Boletim Focus, projeta um fechamento de ano em torno de 4,86%, número ainda distante da meta oficial de 3% (com margem de tolerância de até 1,5 ponto percentual para mais ou para menos).
Comparativo com Estimativas Anteriores
Em janeiro de 2025, um levantamento da Bloomberg também apontou que mais da metade dos brasileiros considerava a economia “ruim”, em contraste com um terço que a via como “boa”, além de 15% que classificaram como regular. Portanto, o índice atual de 53% reafirma a persistência de percepção negativa entre a população.
Panorama Econômico Amplo
O crescente pessimismo com a economia pode ser associado a uma combinação de fatores:
- Inflação persistente, que corrói o poder de compra, especialmente de alimentos e itens básicos.
- Desigualdade social persistente, um problema estrutural no Brasil. Dados recentes da PNAD Contínua do IBGE mostram que, em 2023, o 1% mais rico da população teve renda per capita média 39,2 vezes maior que os 40% mais pobres, que receberam cerca de R$ 527 ao mês, frente aos R$ 20.664 do topo da pirâmide salarial.
- Contexto político e fiscal volátil, que afeta expectativas e confiança em políticas de estabilização.
Tabela Resumo
Indicador | Valor |
---|---|
População que acha economia ruim | 53% |
População que acha economia boa | 29% |
População que acha economia normal | 18% |
Situação familiar considerada ruim | 38% |
Situação familiar considerada boa | 33% |
Situação familiar considerada normal | 29% |
Inflação acumulada (IPCA, 12 meses) | 5,23% |
Projeção inflação (fim de 2025) | 4,86% (acima da meta de 3%) |
Conclusão
O estudo da AtlasIntel/Bloomberg revela que mais da metade da população brasileira enxerga o cenário econômico nacional como desfavorável, mesmo em meio a sinais de estagnação ou leve desaceleração da inflação. As condições domésticas seguem sem recuperação para muitos lares, refletindo uma conjuntura marcada por desafios persistentes como o alto custo de vida e a desigualdade. Ao mesmo tempo, a lacuna entre expectativas e realidade econômica coloca em evidência um cenário que precisa ser enfrentado com políticas eficazes e sensíveis à realidade dos cidadãos.
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