Contexto da medida

No dia 9 de julho de 2025, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma sobretaxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados, sendo a carne bovina o principal foco. A partir de 1º de agosto, o total de tarifas sobre a carne brasileira poderá chegar a cerca de 76%, somando as taxas anteriores.


Reação da NCBA

A National Cattlemen’s Beef Association (NCBA), principal associação de pecuaristas dos EUA, declarou apoio à medida, afirmando ser “um bom começo” rumo à suspensão completa das importações. O lobby acusa o Brasil de falhas em vigilância sanitária, especialmente na notificação de casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e surtos de febre aftosa.


Impacto para o Brasil

A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) estima que a nova tarifa represente uma perda de US$ 1,3 bilhão em exportações brasileiras de carne bovina ainda em 2025, podendo ultrapassar US$ 3 bilhões nos anos seguintes. Já a ABIEC, que representa os exportadores, relatou que a tarifa “congelou” pelo menos 30.000 toneladas de carne em trânsito, além de reduzir a compra de animais no mercado interno.


Repercussão nos EUA

O movimento de restrição foi saudado por pecuaristas norte-americanos, que argumentam que isso pode estimular a produção doméstica, atualmente limitada pela menor quantidade de gado no país — marcando a menor herdade desde 1951, com apenas 86,7 milhões de cabeças. No entanto, analistas alertam que a escassez pode levar a preços mais elevados para os consumidores, especialmente em produtos como hambúrgueres.


A cadeia global de abastecimento reagiu

O aumento das tarifas nos EUA também impactou mercados concorrentes: a Austrália e Nova Zelândia registraram alta nos preços de cortes como o 90CL, em resposta à provável migração de demanda dos EUA.


Consequências e próximos passos

  • Brasil: busca novos mercados; prioriza China (como maior destino) e realoca exportações.
  • EUA: avaliam se a tarifa é suficiente ou se imporão embargo total; pressão segue por auditoria sanitária completa.
  • Cadeia global: mercados concorrentes se movimentam para atender demanda deslocada.

Panorama resumido

ElementoDetalhes
Tarifa atual50% extra — totalizando ~76% sobre carne brasileira
Prazo de vigênciaA partir de 1º de agosto de 2025
Estimativa de perdas BrasilUS$ 1,3 bi (2025) → US$ 3 bi+ (próximos anos)
Volume afetado~30 000 t de carne em trânsito suspenso
Situação dos EUAMenor herdade desde 1951 (86,7 milhões de cabeças) e risco de alta de preços domésticos
Reação globalPressão de alta em preços de carne australiana e neozelandesa

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