O Brasil figura entre os principais mercados globais de cirurgia plástica. Em 2023, liderou o ranking mundial em procedimentos cirúrgicos e ficou em segundo lugar em intervenções não cirúrgicas, como preenchimentos e aplicações estéticas, segundo a ISAPS. Para o cirurgião plástico Dr. Ronaldo Passalini, atuante em Cachoeiro do Itapemirim (ES), esse movimento é impulsionado pela combinação de influências como as redes sociais, o aumento da longevidade da população e, sobretudo, a incorporação de tecnologias avançadas que aprimoram segurança, eficácia e naturalidade dos resultados.
Principais inovações por área
1. Cirurgia corporal
- Mamoplastia com cicatrizes reduzidas em “L”: menor cicatriz na região do decote, com resultado estético mais discreto.
- Remodelação de costelas por ultrassom piezoelétrico: trata as costelas com precisão usando ultrassom, sem cortes extensivos, reduzindo trauma cirúrgico.
- Tecnologias de retração de pele (Renuvion, Argoplasma): atuam no reforço da firmeza da pele por métodos pouco invasivos.
- Lipoescultura com ultrassom (Lipo Ultra‑HD): ultrassom orienta a enxertia de gordura nos músculos, realçando a definição corporal.
2. Cirurgia facial
- Deep Plane Facelift: reposiciona estruturas profundas da face para um rejuvenescimento natural e de longa duração.
- Necklift para papada: solução eficaz e com cicatrizes discretas para definir o contorno do pescoço, com recuperação ágil.
Tecnologias transversais e planejamento
Ferramentas como realidade aumentada, impressão 3D e inteligência artificial (IA) já revolucionam o planejamento cirúrgico, permitindo ao paciente visualizar, com precisão, os resultados esperados antes da avaliação presencial. A IA também desempenha um papel crescente na seleção de técnicas e previsão de recuperação personalizada .
A impressão 3D viabiliza a confecção de próteses e modelos cirúrgicos adaptados ao corpo de cada indivíduo, potencializando a precisão intraoperatória e facilitando reconstruções complexas.
Novos materiais e procedimentos menos invasivos
Avanços em materiais cirúrgicos — como próteses de silicone de alta coesividade — trazem melhorias significativas em durabilidade e aparência. Técnicas minimamente invasivas como bioplastia, vibrolipoaspiração e adesivos como Sequahold reduzem incisões e complicações, aceleram a recuperação e ampliam a segurança do paciente.
Recuperação acelerada
Protocolos como a “técnica R24R” para mamoplastia visam recuperação em até 24 horas, sem comprometer segurança ou qualidade. Já o ultrassom piezoelétrico reduz trauma em procedimentos ósseos, acelerando a recuperação.
Desafios e boas práticas
Mesmo com inovações, os custos altos dos equipamentos, a curva de aprendizado para cirurgiões e a necessidade de regulamentação adequada ainda são desafios. Além disso, a influência de filtros e padrões irreais nas redes sociais — fenômeno chamado “dismorfia do Snapchat” — aumenta expectativas distorcidas sobre resultados e reforça a necessidade de avaliação criteriosa por profissionais.
Segundo especialistas, a relação médico-paciente deve ser pautada por diálogo sincero, exame físico detalhado e definição clara de expectativas realistas.
Para onde caminha a cirurgia plástica?
Dr. Passalini projeta um horizonte de maior personalização, com tratamentos que respeitam anatomia específica e estilo de vida do paciente. A combinação de procedimentos minimamente invasivos, realidade aumentada, IA e materiais avançados promete tornar a cirurgia plástica cada vez mais segura, eficiente e integrada à busca por resultados naturais
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