Goiás e Mato Grosso estão prestes a dar um passo decisivo na modernização logística, especialmente para o agronegócio. Um consórcio venceu o leilão da “Rota Agro”, projeto que prevê investimentos de R$ 7,3 bilhões, com contratação de melhorias rodoviárias e operação 24 horas ao longo de 490 km nas BR-060 e BR-364, conectando Rio Verde (GO) a Rondonópolis (MT).
O que está previsto no contrato
A concessão foi arrematada pelo Consórcio Rota Agro Brasil, com desconto de 19,7% na tarifa básica de pedágio. O contrato terá duração de 30 anos e inclui um robusto programa de obras e serviços, distribuído entre:
- R$ 4,4 bilhões em CAPEX (investimento em obras);
- R$ 2,8 bilhões em OPEX (custos operacionais ao longo do prazo).
As intervenções previstas contemplam:
- 45,6 km de duplicações;
- 150,9 km de faixas adicionais;
- 172 novos acessos;
- 30 pontos de parada para ônibus;
- 17 rotatórias alongadas;
- 21 passagens de fauna;
- 2 pontos de parada e descanso para caminhoneiros (em conformidade com a Lei do Motorista);
- Barreiras acústicas, passarelas e dispositivos de contenção para cargas perigosas.
O leilão envolveu 22 lances acirrados, com o desconto obtido considerado “a proposta mais vantajosa” em termos tarifários.
Contexto e impactos esperados
A “Rota Agro” está inserida no plano federal de modernização logística da região Centro-Oeste, reconhecida como um dos eixos principais do escoamento do agronegócio — sendo rota vital para circulação de soja, milho, carnes e insumos — conectando áreas produtivas a centros consumidores e portos de exportação.
Este projeto promete:
- Reduzir o tempo de transporte em até 25%, segundo estimativas.
- Elevar a segurança viária e operacional;
- Introduzir pedágio eletrônico (sistema Free Flow), diminuindo filas e consumo de combustível.
Situação atual e iniciativas complementares
A implementação da “Rota Agro” representa o ponto alto de uma série de esforços na infraestrutura logística da região. Em 2024, o investimento federal em transportes em Mato Grosso atingiu R$ 807,5 milhões, um salto de 187% em relação a 2022, com destaque para a BR-158 e contornos rodoviários estratégicos.
Além disso, a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), em construção desde 2020, já alcançou 35,65% de execução (apenas o trecho inicial), com 363 km entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT). A ferrovia foi viabilizada por meio de modelo de investimento cruzado, como parte da renovação antecipada da concessão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), com a Vale como executora.
Por que isso importa
A combinação entre obras rodoviárias como a “Rota Agro” e projetos ferroviários como a FICO representa uma revolução na logística do Centro-Oeste. São ações fundamentais para:
- Aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro;
- Reduzir custos logísticos e emissões de gases poluentes;
- Promover desenvolvimento regional sustentável;
- Ampliar o acesso a portos brasileiros estratégicos e corredores multimodais, favorecendo o escoamento exportador.
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