Descoberto às margens do Rio Douradinho, no município de Coromandel (MG), o recém-encontrado diamante bruto impressiona: são 646,78 quilates (equivalentes a 129,35 gramas) de um cristal de coloração marrom, apontado como o segundo maior diamante já registrado no Brasil.

Local e contexto da descoberta

O diamante foi extraído legalmente por meio de uma Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), com toda a operação devidamente titulada e fiscalizada pelas autoridades competentes. A formalização aconteceu em 29 de maio, quando o titular da PLG efetuou o registro no Cadastro Nacional de Comércio de Diamantes (CNCD).

Valor estimado e certificação

O valor estimado para a gema é de R$ 16 milhões. A comercialização está condicionada à obtenção do Certificado de Kimberley, um selo internacional do qual o Brasil é signatário, evitando que o diamante entre no chamado comércio de “sangue” — financiador de conflitos armados ou atividades ilícitas.

A Agência Nacional de Mineração (ANM) conduzirá todo o procedimento de avaliação técnica, que inclui:

  • Registro fotográfico
  • Verificação do peso e valor estimado
  • Confirmação da origem da gemábria
  • Lacração e inspeção pela fiscalização

Somente após o cumprimento de todas essas exigências, o Certificado de Kimberley será emitido, autorizando a circulação e comercialização legal do diamante.

Contexto histórico

A última grande joia descoberta em Coromandel e envolta em mística foi o lendário “Diamante Vargas”, com impressionantes 726,6 quilates, encontrado em 1938. Este novo achado reafirma a região como uma das mais promissoras em recursos de diamantes, muitos provenientes de depósitos aluviais desgastados de kimberlitos, rochas primárias que originam as gemas.

Significado geológico e econômico

Minas Gerais permanece como o maior produtor de gemas do país, com especial destaque para diamantes, topázios e esmeraldas. A descoberta deste diamante destaca dois pontos importantes:

  1. Potencial geológico: embora primariamente extraídos em depósitos aluviais, esses diamantes são a evidência de fontes primárias (kimberlitos) ainda pouco exploradas.
  2. Impacto econômico: pedras dessa magnitude podem atrair investidores, fomentar mercados locais e estimular pesquisas mais profundas sobre mineração sustentável e regulamentada.

Próximos passos

Após a emissão do certificado, o diamante poderá ser comercializado no mercado brasileiro ou no exterior. A ANM permanece responsável por garantir a conformidade legal e a rastreabilidade da pedra desde sua extração até sua comercialização.

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