Estrutura do acordo
Na terça-feira, 22 de julho de 2025, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a conclusão de um ambicioso acordo comercial com o Japão. O mecanismo central consiste em:
- Tarifa recíproca de 15% sobre produtos japoneses exportados aos EUA — incluindo automóveis, peças, caminhões, arroz e produtos agrícolas — reduzindo a ameaça anterior de 25%.
- Investimento japonês de US$ 550 bilhões nos EUA, com previsão de que 90% dos lucros sejam direcionados ao mercado estadunidense.
Abertura de mercado
O Japão também se compromete a liberar acesso irrestrito ao mercado americano para seus produtos, especialmente veículos, arroz e bens agrícolas.Em contrapartida, não houve redução das tarifas (50%) sobre aço e alumínio, que permanecem vigentes.
Benefícios econômicos e reação dos mercados
- O índice Nikkei subiu cerca de 3–3,5%, com ações de montadoras como Toyota +14%, Honda +11% e Mazda +18%.
- Ações globais do setor automotivo foram influenciadas positivamente.
- Federal Reserve, por meio do Beige Book, observou que o acordo aliviou a pressão de tarifas, embora os detalhes permaneçam incertos.
- O mercado financeiro global reagiu com alta, elevando Wall Street e o dólar/yen estabilizado.
Considerações políticas e diplomáticas
- O primeiro‑ministro japonês Shigeru Ishiba elogiou o acordo como “o menor nível de tarifação já aplicado a um país com superávit comercial com os EUA”, embora tenha ressaltado elementos ainda indefinidos — especialmente em defesa e agricultura.
- O acordo trouxe alívio à incerteza política, especialmente após perdas eleitorais recentes do governo japonês e ameaças anteriores de aumento tarifário.
- Negociações envolvidas incluíram autoridades como Ryosei Akazawa, Howard Lutnick e Scott Bessent.
Itens adicionais do pacote
- Importante pacote de investimentos direcionado a setores estratégicos futuros, como semiconductores, farmacêutica e gás natural (incluindo joint venture para exportação de GNL do Alasca).
- O Japão também se compromete a expandir importações de arroz americano em até 75%, mantendo o compromisso com produto nacional protegido por cotas.
- Inclui ainda compras de aviões Boeing e ampliação de compras de defesa para US$ 17 bilhões por ano (de US$ 14 bilhões).
Perspectivas e riscos
- Economistas destacam que o acordo reduz tensões comerciais, mas alertam para a necessidade de monitorar detalhes em setores sensíveis, como agricultura e defesa.
- Possíveis efeitos incluem volatilidade cambial, especialmente no dólar/yen, conforme evolução da situação política e das dívidas japonesas.
- O acordo impõe pressão sobre parceiros como UE, Coreia e Brasil, que enfrentam suas próprias negociações tarifárias.
Conclusão
Este acordo EUA-Japão representa um marco diplomático e comercial: tarifas de 15%, investimentos bilionários, abertura de mercados, ganhos em exportações e suporte a setores críticos. Embora envolva lucros para ambos os lados, restam pontos a esclarecer na área de agricultura, defesa e políticas futuras, inclusive diante do cenário político doméstico no Japão.
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