Cuiabá avança na criação da CooperVida e reforça apoio aos catadores

A Prefeitura de Cuiabá iniciou as tratativas para a implantação da CooperVida, uma cooperativa que reunirá cerca de 95 catadores que atuavam no antigo lixão da capital, desativado em março de 2023. O projeto prevê a construção de um galpão de 600 m², com melhores condições de trabalho, em parceria com a empresa Orizon Valorização de Resíduos, responsável pela gestão do Ecoponto Pantanal, na região do Pedra 90.

A proposta foi debatida em reunião no dia 17 de setembro de 2025, com a presença do diretor-geral da Limpurb, Felipe Wellaton, do secretário municipal de Governo, Ananias Filho, e de representantes dos catadores. Durante o encontro, os trabalhadores apresentaram suas principais demandas, ressaltando a urgência de uma estrutura que permita o trabalho coletivo e sustentável.

Apoio institucional e articulação política

Para garantir a efetivação do projeto, a Prefeitura criou um comitê interinstitucional que contará com a participação da Defensoria Pública, Ministério Público, Câmara Municipal de Cuiabá e representantes da sociedade civil. A expectativa é que a primeira reunião ocorra já na próxima semana.

Segundo Wellaton, o objetivo é tirar o projeto do papel o quanto antes. O gestor destacou que já foi protocolado um pedido junto à Secretaria de Meio Ambiente para a destinação da área, cabendo à Orizon a construção do galpão.

Auxílio financeiro emergencial

Desde a desativação do lixão, a Prefeitura tem adotado medidas de amparo social. Por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual, foi criado o programa Renda Solidária III – Cuidando da Gente, que concede auxílio financeiro mensal aos catadores.

Em fevereiro de 2025, por exemplo, 255 trabalhadores receberam R$ 1.518 cada, totalizando R$ 387.090. Embora o pagamento estivesse previsto para encerrar em abril de 2023, o prefeito Abilio Brunini prorrogou o benefício, reconhecendo a vulnerabilidade da categoria. Atualmente, o auxílio corresponde a 60% do salário mínimo, já que parte dos catadores conseguiu se reinserir no mercado de trabalho.

Próximos passos

A Prefeitura pretende definir, nos próximos meses, o prazo de execução das obras do galpão e a continuidade do auxílio emergencial até que a CooperVida esteja em pleno funcionamento. Segundo Wellaton, a determinação do município é assegurar condições dignas e sustentáveis de trabalho para os catadores, fortalecendo a inclusão social e a valorização dos resíduos recicláveis.