Casos confirmados de sarampo em Primavera do Leste alertam Rondonópolis sobre urgência da vacinação

A Secretaria Municipal de Saúde de Rondonópolis reforçou nesta quarta-feira (24/09/2025) a importância de manter a imunização contra o sarampo em dia, diante da confirmação de dois casos da doença em Primavera do Leste situação que representa sinal de alerta para toda a região.

Casos em MT reacendem preocupação

Em 2025, Mato Grosso registrou 63 notificações suspeitas de sarampo, sendo que 48 foram descartadas, 13 permanecem em investigação e 2 foram confirmadas em Primavera do Leste os primeiros casos oficialmente reconhecidos no estado este ano.

As duas pessoas infectadas não tinham histórico vacinal e realizaram viagem recente à Bolívia, tendo contato com indivíduos já com a doença. Para reforçar o controle do surto, foi realizado bloqueio vacinal entre os familiares próximos e monitoramento da Vigilância Municipal. Equipes da SES-MT e do Ministério da Saúde também serão mobilizadas para acompanhar a situação localmente.

Em Mato Grosso, a cobertura da vacina tríplice viral até 24 de setembro era de 88 % para a primeira dose e de 65 % para a segunda índices bem inferiores à meta de 95 %. Já foram aplicadas 96.473 doses da tríplice viral e 2.730 doses da dupla viral (para a “dose zero”) em crianças menores de um ano no estado.

A estratégia da dose zero, adotada desde agosto de 2025 em Mato Grosso, visa proteger crianças entre 6 meses e 11 meses e 29 dias. Nesta faixa etária, quem tem entre 6 e 8 meses e 29 dias recebe a vacina dupla viral (sarampo e rubéola), enquanto os que têm 9 meses ou mais recebem a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). Essa dose extra não substitui as doses de rotina aos 12 e 15 meses.

Para adultos com esquema vacinal incompleto, recomenda-se:

• Entre 1 e 29 anos: duas doses da vacina tríplice viral
• Entre 30 e 59 anos: uma dose da tríplice viral
• Acima de 60 anos: não são indicadas novas doses

O panorama em Rondonópolis

Na cidade de Rondonópolis, embora a cobertura vacinal contra o sarampo tenha sido reforçada por equipes de saúde, ainda permanece abaixo do ideal. O secretário municipal de Saúde, Mykaell Vitorino, fez um apelo direto: “os casos em Primavera são um grande alerta de como a doença está cada dia mais próxima. Precisamos nos proteger e proteger as crianças.”

A vacina dupla viral, destinada às crianças entre 6 meses e 8 meses e 29 dias, está disponível em 17 unidades básicas de saúde, incluindo Ipiranga, Nossa Senhora do Amparo, Morumbi, Vila Olinda, Santa Clara, Jardim Atlântico, entre outras. Já as vacinas tríplice viral e pentavalente são oferecidas em todas as unidades de saúde do município.

Para quem tem entre 5 e 29 anos sem histórico vacinal ou com esquema incompleto, é recomendado completar o ciclo com duas doses da tríplice viral. Adultos entre 30 e 59 anos nessa mesma situação devem receber uma dose da tríplice viral.

O município também iniciou a aplicação da dose zero (vacinação extra) para crianças de 6 a 11 meses e 29 dias a partir de 25 de agosto de 2025. Nessa faixa, as doses da dupla viral serão oferecidas apenas em unidades específicas para evitar desperdício, já que cada frasco contém 10 doses que precisam ser usadas em até 8 horas após a abertura. Crianças de 9 a 11 meses e 29 dias, por sua vez, receberão a tríplice viral em qualquer unidade de saúde.

Segundo dados da prefeitura, a cobertura de rotina em Rondonópolis está em 73,9 % para a primeira dose e em 74,5 % para a segunda dose da vacina contra o sarampo valores ainda distantes do desejado. A dose zero, embora importante, não substitui as doses previstas no calendário vacinal.

O que é o sarampo e os riscos

O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa, transmitida por gotículas respiratórias ao falar, tossir, espirrar ou respirar próximo a pessoas susceptíveis. Estima-se que uma pessoa infectada possa transmitir o vírus a até 90% das pessoas próximas que não têm proteção imunológica.

Os sintomas iniciais incluem febre elevada, tosse, coriza e conjuntivite. Poucos dias depois surgem as manchas avermelhadas no corpo. Em cerca de 30 % dos casos, ocorrem complicações como diarreia, pneumonia, cegueira e encefalite, podendo evoluir para óbito, especialmente em crianças pequenas ou pessoas não vacinadas.

O que está sendo feito e o que cada pessoa pode fazer

Diante desse cenário, as autoridades de saúde estadual e municipal estão reforçando estratégias de vigilância, mobilização e imunização. A SES-MT tem atuado em parceria com os municípios no fornecimento das vacinas, no monitoramento da cobertura vacinal e no apoio técnico para investigação de casos suspeitos. Profissionais da atenção primária estão passando por capacitação para atuar no manejo dos pacientes.

Para cidadãos:

• Verificar o cartão de vacinação e completar doses pendentes;
• Levar crianças de 6 a 11 meses e 29 dias para receber a “dose zero” em Rondonópolis;
• Adultos entre 1 e 59 anos sem esquema completo devem buscar atendimento para vacinar;
• Não esperar por surtos: antecipar a imunização é essencial;
• Em caso de sintomas (febre + manchas + tosse/coriza), procurar atendimento médico e informar histórico vacinal.

A vacinação gratuita é garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).