Os mercados mostraram otimismo: bolsas europeias e os futuros americanos operaram em alta após virada significativa na economia americana. No Brasil, agosto registrou uma surpresa positiva na balança comercial — mesmo com a entrada em vigor da tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros — resultando em um superávit de US$ 6,1 bilhões. Esse valor representa um crescimento de 35% em relação a agosto de 2024 e superou a expectativa média dos analistas, que apontava para cerca de US$ 4,5 bilhões.
Apesar do impacto tarifário, as vendas brasileiras para os Estados Unidos recuaram 18,5%, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (MDIC). Os segmentos mais afetados foram minério de ferro (queda de 100%), açúcares (-88,4%), aeronaves (-84,9%), carne bovina fresca (-46,2%), óleos combustíveis (-37%) e produtos semiacabados de ferro e aço (-23,4%).
Em contrapartida, o Brasil diversificou seus destinos e ampliou sua presença em outros mercados. As exportações para China cresceram 29,9% em agosto, enquanto o México aumentou em 43,8% suas compras de produtos brasileiros — especialmente carne bovina — que chegou a 13,301 mil toneladas, gerando receita de aproximadamente US$ 75,2 milhões.
Segundo o presidente da Apex, Jorge Viana, esse cenário mostra a reação do Brasil frente à “incerteza causada pelo tarifaço”, com ênfase na estratégia de expansão de atuação em mercados alternativos.
Contextualização Adicional
A imposição das tarifas de 50% pelo governo dos EUA, anunciadas por Donald Trump, entrou em vigor em 6 de agosto de 2025. A medida causou preocupações, estimulou reações diplomáticas e gerou temores de uma escalada no comércio internacional.
Nesse contexto, o resultado surpreendente nas exportações brasileiras aponta para capacidade de resiliência do país e eficiência na abertura de novos canais de venda. A valorização em mercados como China e México representa um caminho claro de diversificação frente aos choques tarifários.
Resumo dos Principais Dados
Indicador | Valor / Variação |
---|---|
Balança comercial de agosto (superávit) | US$ 6,133 bilhões |
Variação no comércio com os EUA | –18,5% |
Crescimento exportações para a China | +29,9% |
Variação das vendas ao México | +43,8% |
Expectativa média para o superávit | US$ 4,5 bilhões |
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