O Brasil deve se declarar livre da gripe aviária nesta quarta-feira (18), após completados os 28 dias do chamado “vazio sanitário” na granja comercial de Montenegro (RS), onde foi detectado o único caso confirmado da doença em aves comerciais no país.

Prazos e protocolos internacionais

O período de 28 dias foi concluído em 22 de maio, imediatamente após a desinfecção da granja. Esse intervalo é exigido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) para garantir a ausência do vírus HPAI (influenza aviária de alta patogenicidade) no ambiente.

Comunicação à OMSA e importadores

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua, afirmou que o governo notificará oficialmente a OMSA nesta quarta-feira, e iniciará a comunicação com os países importadores, solicitando a liberação gradual das restrições às exportações do setor avícola brasileiro.

Impacto nas exportações

A detecção do foco em maio provocou embargo imediato em mais de 60 mercados, como União Europeia, China, México, Rússia, Angola, Catar e Japão. Enquanto alguns países impuseram restrição total às exportações brasileiras, outros optaram por limitar os embargos apenas ao Rio Grande do Sul e, em alguns casos, apenas a Montenegro.
Em maio, as exportações de carne de frango caíram cerca de 13% em valor e 14% em volume, em comparação ao mesmo período de 2024.

Casos descartados e situação atual

Desde o registro em Montenegro, seis suspeitas em outras granjas (Santa Catarina, Tocantins, Minas Gerais e diferentes cidades do RS) foram investigadas e descartadas. Outros episódios confirmados desde 2023 envolveram apenas aves silvestres e domésticas, sem impacto ao comércio de produção industrial.

Segurança e biossegurança

O governo ressaltou que não há risco para consumo: a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de aves ou ovos, e o Brasil não registrou qualquer caso humano da doença.
Autoridades mantêm protocolos rigorosos de biossegurança, vigilância e desinfecção, além das inspeções sanitárias realizadas por órgãos oficiais e o Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Próximos passos

  • Notificação formal à OMSA nesta quarta;
  • Negociações diplomáticas com países importadores, buscando flexibilização ou regionalização dos embargos;
  • Monitoramento constante, garantindo que os protocolos permaneçam rigorosos para evitar novos surtos.

A expectativa do governo é que, com a reabilitação do status sanitário, o Brasil retome sua posição de destaque como maior exportador mundial de carne de frango, ainda que de forma gradual e dependente da decisão de cada mercado internacional.

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