O Brasil alcançou em 2024 a sua menor taxa histórica de analfabetismo, de 5,3%, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, 13 de junho de 2025. Apesar desse avanço, cerca de 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais ainda não sabem ler nem escrever um bilhete simples.

📉 Tendência de queda

  • Em 2016, o índice era de 6,7%, caindo para 5,4% em 2023 e atingindo 5,3% em 2024 — representando cerca de 197 mil brasileiros a menos nessa condição.
  • A meta intermediária do Plano Nacional de Educação (reduzir para 6,5% até 2015) foi cumprida, mas ainda está distante da erradicação total prevista para 2024.

Idade avançada concentra casos

O analfabetismo permanece concentrado entre as gerações mais velhas:

  • A prevalência entre pessoas com 60 anos ou mais é de 14,9%, sendo que 5,1 milhões de idosos vivem nessa condição.
  • Para quem tem 40 anos ou mais, a taxa é de 9,1%; entre os maiores de 25 anos, 6,3%

O IBGE ressalta que, embora haja avanços entre os mais jovens, o legado histórico de exclusão educacional é evidente na população idosa, reforçando a importância de ações voltadas à alfabetização de adultos.

Disparidades regionais

  • Aproximadamente 55,6% dos analfabetos brasileiros residem no Nordeste — cerca de 5,1 milhões — com uma taxa regional de 11,1%, a mais alta do país
  • A Região Norte apresenta taxa de 6,0%, ainda abaixo da meta do PNE. As menores taxas estão no Sul (2,7%), Sudeste (2,8%) e Centro‑Oeste (3,3%)

No âmbito estadual, Alagoas apresenta a maior taxa, de 14,3%, seguida por Piauí (13,8%), Paraíba (12,8%) e Ceará (11,7%). Já no Distrito Federal, o índice é apenas 1,8%, entre os mais baixos, juntamente com Santa Catarina (1,9%), Rio de Janeiro (2,0%), São Paulo (2,3%) e Rio Grande do Sul (2,4%)

Desigualdades por gênero e raça

  • Entre pessoas de 15 anos ou mais, 5,0% das mulheres e 5,6% dos homens são analfabetos — ambos recuaram desde 2016 (6,5% e 7,0%, respectivamente)
  • Para idosos, a taxa é de 15,0% entre as mulheres e 14,7% entre os homens.
  • Análise por cor ou raça revela forte disparidade: entre pessoas de 15 anos ou mais, o índice é de 3,1% para brancos e 6,9% para pretos ou pardos.
    • Entre os idosos pretos ou pardos, a taxa chega a 21,8%, enquanto entre brancos, é de 8,1%

Apesar da redução em ambos os grupos, o abismo racial persiste, especialmente entre os mais velhos, destacando uma necessidade urgente de políticas que ampliem a igualdade no acesso à educação.

Avanços na escolaridade geral

O levantamento também mostrou crescimento em outros indicadores educacionais:

  • A proporção de pessoas de 25 anos ou mais com ensino médio completo aumentou de 46,2% em 2016 para 56,0% em 2024 — o maior percentual da série.
  • A taxa de conclusão de nível superior subiu para 20,5%, outro patamar recorde .
  • A média de anos de estudo entre brasileiros com 25 anos ou mais chegou a 10,1 anos — de 9,1 em 2016.

Conclusão

O Brasil avançou no enfrentamento do analfabetismo, atingindo o menor percentual desde o início da série histórica. No entanto, ainda há 9 milhões de brasileiros analfabetos — com grande incidência entre idosos, negros e moradores do Nordeste e Norte. As desigualdades revelam que a erradicação do analfabetismo exige políticas amplas, direcionadas tanto a crianças quanto a adultos e idosos, além de atenção às disparidades regionais, raciais e de gênero.

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