O Brasil e o Japão assinaram, nesta terça-feira (24 de junho de 2025), um acordo bilateral de cooperação na área da saúde, cujo objetivo é reforçar o Sistema Único de Saúde (SUS), promover intercâmbio de tecnologias, formação profissional e inovação em vacinas.

Objetivos do acordo

De acordo com o Ministério da Saúde, a iniciativa contempla:

  • Atenção primária e formação de profissionais: capacitação conjunta de equipes de saúde básicas.
  • Saúde digital e oncologia: intercâmbio tecnológico para apoio a diagnósticos e tratamentos especializados.
  • Produção de vacinas: colaboração para desenvolvimento e distribuição de imunizantes, especialmente ingredientes farmacológicos ativos (APIs), reforçando a participação frente a pandemias ou faltas de estoque.

Importância diplomática e histórica

Para o ministro Alexandre Padilha, o acordo representa “um fortalecimento significativo do SUS por meio da troca de conhecimentos, tecnologias e boas práticas” com o Japão. Já o embaixador japonês Teiji Hayashi ressaltou que o compromisso dá sequência ao plano de saúde iniciado durante a visita do presidente Lula ao Japão, tratando agora da implementação prática das metas firmadas.

Este acordo se soma ao conjunto de dez memorandos assinados em março de 2025, em Tóquio, nas áreas de comércio, sustentabilidade e meio ambiente, reforçando a parceria estratégica global consolidada entre os países desde 2014.

Quadros maiores de cooperação

  • Em 2024 houve a definição de um plano de ação para a ampliação da produção de vacinas e insumos farmacêuticos — uma meta prevista na parceria estratégica extinta em 2014, agora institucionalizada.
  • Também estão previstos intercâmbios entre agências como JICA e ABC, e o engajamento conjunto em pesquisa, inteligência artificial, tecnologia digital, além de cooperação cultural e educacional nos 130 anos da relação diplomática.

Resultados esperados

  • Fortalecimento da capacidade de resposta do SUS, especialmente em surtos e doenças crônicas.
  • Maior produção nacional de vacinas, com diminuição da dependência de importações.
  • Expansão do uso de sistemas de saúde digitais e práticas modernas de oncologia por meio de transferência tecnológica.
  • Formação de profissionais de saúde com aprendizado mútuo entre os dois países.

Perspectiva e próximos passos

O acordo marca o início de uma fase operacional para que ações previstas no plano de cooperação — formalizado ainda em março — sejam postas em prática. O desafio agora é consolidar parcerias entre universidades, institutos de pesquisa e entidades públicas, além de integrar atividades específicas como formação, tecnologia e produção biotecnológica em curto e médio prazo.

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