Avanço na cooperação técnico-comercial
A relação entre Brasil e China se fortalece no setor de agroquímicos. O 16º Brasil AgroChemShow, marcado para 12 e 13 de agosto em São Paulo, terá participação do vice-diretor da divisão da CCPIT Chem, Jalen Fan, da China. Fan representa o Conselho Chinês para Promoção do Comércio Internacional da Indústria Química, entidade que destaca a transição da indústria agroquímica chinesa para um modelo mais científico, ambiental e tecnologicamente avançado.
Crescimento em inovação
De 2020 a 2024, a China foi responsável por desenvolver 29 dos 63 novos ingredientes ativos de pesticidas registrados globalmente, o que representa 46% do total. Isso demonstra a transição das empresas chinesas, que deixaram de focar apenas na replicação de produtos, adotando o modelo “Me Better” — orientado à inovação.
Formulações ambientais e biotecnologia
As novas formulações à base de água — suspensões concentradas (SC), emulsões à base de água (EW) e microemulsões (ME) — ganham espaço pela menor toxicidade ambiental. Além disso, a China avança em tecnologia de ponta: edições genéticas em microrganismos para biopesticidas (como moléculas de RNA) e uso de Inteligência Artificial no design de compostos moleculares.
Sinergia com o Brasil
A China é o principal fornecedor de defensivos agrícolas ao Brasil, que é o maior mercado mundial consumidor desses produtos. A agenda inclui parcerias tecnológicas para apoiar o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), impulsionando alternativas biológicas e práticas sustentáveis. Ao todo, já são 2.000 biopesticidas aprovados e 165 ingredientes ativos registrados globalmente — importante para o mix ambiental e de segurança alimentar no Brasil.
Desafios regulatórios e competição global
Apesar dos avanços, a indústria chinesa enfrenta pressão de regulações, competição crescente da Índia e incertezas geopolíticas. A necessidade de alinhamento regulatório com o Brasil — que pode reduzir atrasos na aprovação de tecnologias — é destacada por especialistas, incluindo a CropLife Brasil, que projeta ganhos de US$ 1,5 bilhões por ano com essa convergência em biotecnologia.
Panorama internacional
Paralelamente, o Brasil explora outros acordos com a China, incluindo iniciativas como “Soy China”, para soja sustentável, e acordos em saúde, energia, IA e infraestrutura, enfatizando o avanço da diplomacia tecnológica.
Conclusão
A parceria entre Brasil e China no setor agroquímico reflete uma evolução do modelo comercial para uma cooperação tecnológica sustentável. Com substancial presença chinesa em fornecedores, potencial regulatório e agenda de inovação alinhada, o Brasil reforça sua posição como mercado estratégico. Essa sinergia representa importantes ganhos ambientais, sanitários e de competitividade agrícola.
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