Um passo concreto na cooperação científica

Na terça-feira, 24 de junho de 2025, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Brasília, recebeu a vice-ministra de Ciência e Tecnologia chinesa, Lin Xin, para avançar no Memorando de Entendimento (MdE) assinado em maio, em Pequim, entre a ministra Luciana Santos e o Ministério de Ciência e Tecnologia da China (MOST). O foco principal foi o estabelecimento do Centro de Transferência de Tecnologia China–Brasil, que funcionará como uma plataforma binacional para intercâmbio tecnológico, inovação industrial e parcerias entre empresas e instituições de pesquisa.

Próximas etapas

O secretário Daniel Almeida esclareceu que será formado um grupo de trabalho brasileiro para definir prioridades nacionais antes de oficializar a criação do Centro. Ele ressaltou o comprometimento do presidente Lula e da ministra Luciana Santos em garantir que o que foi assinado vire ação e não apenas intenções.


Laboratório bilateral em IA e agricultura familiar

Durante a reunião também foi assinada uma Declaração Conjunta para criação de um laboratório em mecanização e inteligência artificial voltado à agricultura familiar, em parceria entre o Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI) e a Universidade Agrícola da China (CAU)

O diretor do Insa, José Etham Barbosa, explicou que o projeto envolverá desenvolvimento de tecnologias embarcadas em maquinário de pequeno porte, com foco no monitoramento ambiental e da fertilidade do solo no semiárido brasileiro.


Contexto geopolítico e inovação

Os acordos fazem parte de uma série de iniciativas firmadas durante a visita do presidente Lula à China em maio, nas quais foram assinados memorandos para a criação do Centro de Transferência de Tecnologia, desenvolvimento de IA, produção de vacinas, equipamentos médicos e insumos farmacêuticos.

Naquele encontro, foi destacado o avanço no relacionamento estratégico entre Brasil e China, com investimentos significativos em pesquisa, infraestrutura e biotecnologia — entre eles a implantação de plataformas robustas para produção de ingredientes farmacêuticos ativos com controle nacional e parcerias com empresas chinesas em equipamentos médicos .


Transferência tecnológica: do papel à prática

  1. Formalização dos comitês técnicos bilaterais para operacionalizar o MdE, definindo áreas prioritárias e credenciando centros de pesquisa e empresas.
  2. Implantação do Centro de Transferência de Tecnologia como hub, articulando pesquisa, inovação e indústria.
  3. Lançamento do laboratório de IA e mecanização no semiárido até o segundo semestre, voltado à agricultura familiar.

Relevância para o Brasil

  • Fortalecimento do ecossistema de inovação: o centro atuará na ponte entre academia, setor produtivo e políticas públicas.
  • Redução da dependência tecnológica: com parcerias em IA, equipamentos médicos e insumos, avança a autonomia nacional.
  • Desenvolvimento regional: a agricultura familiar no semiárido ganha suporte técnico e científico, com impacto ambiental e socioeconômico.

+ Não há comentários

Adicione o seu