O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados inéditos que revelam uma significativa redução na taxa de fecundidade no Brasil. Segundo o Censo Demográfico de 2022, a média de filhos por mulher caiu para 1,55, o menor índice já registrado no país. Esse número está abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher, necessário para manter a estabilidade numérica da população ao longo do tempo.

Queda histórica e fatores determinantes

Em 1960, a taxa de fecundidade no Brasil era de 6,28 filhos por mulher. Desde então, observou-se uma queda contínua, com a média atual representando uma redução de aproximadamente 75% em relação àquela década. Diversos fatores contribuíram para essa diminuição, incluindo o aumento da escolaridade feminina, a maior participação das mulheres no mercado de trabalho e o acesso a métodos contraceptivos.

Diferenças regionais e sociais

A taxa de fecundidade apresenta variações significativas entre as regiões do país. Em 2022, a região Norte registrou a maior taxa, com 1,89 filho por mulher, enquanto o Nordeste apresentou 1,60, o Sudeste 1,48 e o Sul 1,56. Essas diferenças refletem desigualdades socioeconômicas e culturais que influenciam as decisões reprodutivas.

Além disso, a taxa de fecundidade varia conforme o nível de instrução das mulheres. Mulheres com ensino superior completo têm uma média de 1,19 filhos, enquanto aquelas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto apresentam uma média de 2,01 filhos. Esse dado destaca a importância da educação na escolha do número de filhos.

Impactos e perspectivas futuras

A redução na taxa de fecundidade tem implicações significativas para o futuro demográfico do Brasil. O IBGE projeta que, se essa tendência continuar, a população do país pode atingir seu pico em 2041, com 220,4 milhões de habitantes, e começar a declinar posteriormente. Esse fenômeno está associado ao envelhecimento da população e à diminuição da população em idade ativa, o que pode representar desafios para a economia e para os sistemas de seguridade social.

O Censo Demográfico de 2022, realizado após adiamentos devido à pandemia de COVID-19, envolveu mais de 200 mil profissionais e teve como objetivo fornecer uma radiografia detalhada da população brasileira, essencial para o planejamento de políticas públicas nos próximos anos.

Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas que promovam a equidade social e regional, além de estratégias que incentivem a participação da população jovem no mercado de trabalho, para enfrentar os desafios impostos pelo envelhecimento populacional.

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