A arrecadação federal brasileira atingiu R$ 1,2 trilhão no acumulado de janeiro a maio de 2025, conforme dados divulgados pela Receita Federal em 26 de junho. Este montante representa o maior valor já registrado para o período desde o início da série histórica, em 1995, superando os R$ 1,1 trilhão arrecadados no mesmo intervalo de 2024.
Desempenho Mensal
Em maio, a arrecadação federal alcançou R$ 230 bilhões, corrigidos pela inflação, marcando também um recorde para o mês. Esse valor representa um aumento real de 7,66% em comparação ao mesmo mês de 2024, quando foram arrecadados R$ 213,7 bilhões.
Contribuições para o Recorde
O crescimento da arrecadação é atribuído a uma combinação de fatores, incluindo:
- Tributação de fundos exclusivos: Implementação de medidas que aumentaram a tributação sobre fundos exclusivos, também conhecidos como “offshores”.
- Mudanças na tributação de incentivos: Alterações na tributação de subvenções concedidas por estados e municípios.
- Retomada da tributação de combustíveis: Reestabelecimento da cobrança de tributos sobre combustíveis, que havia sido suspensa anteriormente.
- Limitação no pagamento de precatórios: Estabelecimento de restrições no pagamento de decisões judiciais transitadas em julgado, conhecidas como precatórios.
Desonerações Tributárias
Apesar do aumento na arrecadação, o governo federal deixou de arrecadar R$ 50,7 bilhões de janeiro a maio devido a desonerações tributárias. As principais fontes de renúncia fiscal foram:
- Folha de salários: R$ 7,1 bilhões
- Lucro presumido: R$ 780 milhões
- Entidades beneficentes (Cebas): R$ 605 milhões
- Cesta básica: R$ 289 milhões
- Transporte coletivo: R$ 289 milhões
Perspectivas Futuras
O desempenho positivo da arrecadação é crucial para o governo federal, especialmente em um momento de desafios fiscais. Com a rejeição pelo Congresso da proposta de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que visava arrecadar R$ 10 bilhões, a alta na arrecadação ajuda a compensar a perda de receita e a manter o equilíbrio fiscal.
A continuidade desse crescimento dependerá da implementação eficaz das políticas tributárias e da manutenção de um ambiente econômico estável. Especialistas alertam que é fundamental monitorar a evolução da arrecadação nos próximos meses para avaliar a sustentabilidade desse desempenho ao longo do ano.
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