O Instituto de Ensino e Pesquisa em Saúde (Iepas) dá um passo significativo no debate sobre os desafios da saúde no Brasil com a criação da Arca, um think tank voltado a fomentar soluções práticas e inovadoras para o setor. A inauguração está agendada para o dia 29 de agosto.
O médico Francisco Balestrin, presidente do Conselho Estratégico da Arca e também dirigente do SindHosp e da FESAÚDE, destaca que o objetivo central do novo espaço é “conectar ideias, instituições e experiências para gerar mudanças concretas”. Ele explica que a proposta se organiza em torno de uma tríade estratégica: Políticas Públicas, Inovação e Acesso, entendendo que é necessária colaboração multissetorial para enfrentar problemas urgentes como o avanço das doenças crônicas, o controle de novas epidemias e a sobrecarga da saúde mental.
A diretora-geral da Arca, Larissa Eloi, reforça essa visão ao afirmar que “trata-se de um novo espaço para transformar a saúde, com foco bem definido” e reforça que o modelo promove a convergência entre diferentes atores, configurando-se como um “tanque de ideias”.
A pré-inauguração, realizada nas instalações do SindHosp, contou com a participação de equipes das entidades vinculadas, além de mostrar um ambiente arquitetônico pensado para acolher múltiplos atores.
Áreas estratégicas e lideranças envolvidas:
- Políticas Públicas – lideradas por Inaldo Leitão, que lembrou que políticas públicas são definições (ações ou omissões) dos governos que impactam o coletivo. Ele citou o SUS, destacando ser a maior política pública brasileira, e afirmou que a Arca atuará para influenciar ou desenvolver novas políticas, incluindo projetos de lei.
- Inovação – sob coordenação de Eduardo Giacomazzi, que conceitua inovação como força transformadora além da tecnologia. Ele citou o conceito de “efeito tipping point”, em que pequenas ações podem gerar mudanças significativas, ressaltando o poder da colaboração humana.
- Acesso – conduzido por Carla Beher, que recorreu à definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para enfatizar que o acesso não deve ser igualitário, mas adaptado às necessidades de cada pessoa. Ela apresentou o projeto Sinais, em parceria com a AstraZeneca. Trata-se de uma iniciativa disruptiva que utiliza inteligência artificial para detecção precoce de câncer de pulmão por meio da análise de exames de imagem, como radiografias e tomografias.
A inauguração oficial da Arca deve contar com a presença da secretária Ana Estela Haddad, sinalizando a intenção de envolver instâncias governamentais nas discussões futuras.
Além da iniciativa do Iepas, a Hospitalar 2025 foi palco de outro anúncio relevante. A Federação de Saúde do Estado (FeSaúde), por meio da UNIDAS — Autogestão em Saúde, participou do lançamento da Arca como um espaço permanente de articulação intersetorial, com produção técnica e encontros presenciais. O presidente da UNIDAS, Mário Jorge, e o próprio Francisco Balestrin, destacaram o caráter coletivo e essencial da iniciativa, em um setor fragmentado que precisa olhar além dos interesses isolados
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