Bambuí (MG)Carolina Arruda, de 28 anos, conhecida como “a jovem com a pior dor do mundo”, compartilhou nesta quarta-feira (27) que o tratamento com sedação profunda e intervenções cirúrgicas realizadas no início de agosto não trouxe alívio. Ao contrário, relatou agravamento da sensibilidade facial e um quadro ainda mais delicado emocionalmente.

Tratamento e os Resultados

Procedimento realizado em meados de agosto, na Santa Casa de Alfenas (MG), envolveu infusão de cetamina sob sedação profunda, considerada uma tentativa de “reiniciar” o cérebro para que voltasse a responder aos medicamentos habituais, após anos de uso sem eficácia. Dias após receber alta hospitalar, Carolina relatou que as 30 crises diárias de dor continuam, como antes, e que sua face está agora “muito mais sensível internamente”, o que amplia os gatilhos de dor.

Complicações associadas

Durante a internação, Carolina desenvolveu trombo no pulmão, consequência de sua condição de trombofilia, que já havia causado dois AITs (acidente isquêmico transitório) no passado.

Conduta médica após o resultado negativo

O neurologista Carlos Marcelo Barros, responsável pelo caso, destacou que Carolina já passou por quase todas as linhas de tratamento tradicionais, incluindo crioablação do nervo trigêmeo e infusão de cetamina, sem impacto positivo. Por isso, a equipe decidiu não realizar novas intervenções invasivas e priorizar a qualidade de vida da paciente. O foco agora está em ajustes de medicação, suporte psicológico, manutenção da bomba de infusão intratecal e intervenções mínimas apenas se estritamente necessárias.

Saúde mental e busca por tranquilidade

Emocionalmente exausta, Carolina declarou que não pretende retomar cirurgias e que precisará de tempo e espaço longe das redes sociais. Segundo ela:

“Preciso de tempo, espaço e de me priorizar. Não é o momento de ser cobrada.”
Para tentar recuperar alguma tranquilidade, ela viajou para Caraguatatuba (SP), onde possui imóvel com familiares, em busca de descanso e alívio emocional.

Sobre a neuralgia do trigêmeo

Também chamada de “doença do suicídio”, a neuralgia do trigêmeo é uma condição neurológica rara (menos de 0,3% da população) que provoca dores faciais intensas desencadeadas por ações simples como mastigar, falar ou ser exposto a mudanças de temperatura. O caso de Carolina é ainda mais raro, pois apresenta dor bilateral e contínua.


Quadro Sintético

AspectoDetalhes
PacienteCarolina Arruda, 28 anos, de Bambuí (MG)
Condição médicaNeuralgia do trigêmeo, refratária
Tratamentos anterioresMúltiplas cirurgias + medicações diversas
Intervenção recenteSedação profunda com cetamina + crioablação
ResultadoSem melhora; sensibilidade facial aumentou
ComplicaçãoTrombo no pulmão associado à trombofilia
Próximas condutasMedicamentos, suporte psicológico, evitar novas cirurgias
Saúde mentalExaustão emocional; busca por tempo de paz
Local de descansoCaraguatatuba (SP)

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