O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18 de junho de 2025) aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, elevando-a de 14,75% para 15% ao ano — o maior patamar registrado desde julho de 2006. Esta foi a sétima alta consecutiva iniciada em setembro de 2024, totalizando um aumento de 4,5 pontos percentuais.


Por que o aumento foi aprovado

  1. Pressões inflacionárias
    • A inflação acumulada em 12 meses até maio ficou em 5,32%, acima do teto da meta (4,5%)
    • Para frear o consumo aquecido, o Copom considera que a taxa precisa se manter em patamar restritivo.
  2. Cenário econômico e fiscal
    • Atividade econômica ainda apresenta resiliência; o BC aponta para incertezas externas e volatilidade nos mercados, sobretudo devido à política dos EUA.
    • Há preocupação com gasto público elevado em ano eleitoral, que pode sustentar a demanda .

Próximos passos: pausa prevista, mas alerta mantido

O comunicado oficial do Copom indica que essa elevação marca provavelmente o fim do ciclo de alta, sugerindo uma pausa para observar os efeitos acumulados da política monetária. Contudo, o comitê ressaltou que continuará monitorando a inflação e não descarta novas elevações se necessário.


Reações do mercado e indicadores internacionais

  • A maioria dos analistas (20 de 32 sondados pela Bloomberg) esperava manutenção da Selic, mas 12 previam o aumento.
  • O Brasil passou a ostentar a segunda maior taxa real de juros do mundo (9,64%), atrás apenas da Turquia (14,44%)
  • A alta eleva o custo do crédito, impactando empréstimos, financiamentos e investimentos.

Críticas do setor produtivo

Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticaram a medida, chamando-a de “injustificável” e alertando para os riscos de desaceleração da produção e queda nos investimentos.


Contexto histórico e repercussões

  • A Selic, que estava em 10,5% em junho de 2024, subiu até o atual 15% em ritmo acelerado.
  • O aumento em 25 pontos-base segue a estratégia de manter a taxa em nível “ultra restritivo” até que a inflação volte ao centro da meta — pelos menos 3% a 4,5% anual.
  • O alívio esperado para análise nos próximos meses deverá considerar efeitos retardados e eventuais choques no cenário global e fiscal.

Em resumo

O Copom elevou a Selic para 15% ao ano, sinalizando provável pausa no ciclo de alta, mas mantendo vigilância. A medida busca conter a inflação persistente, ainda acima do centro da meta, ao mesmo tempo em que enfrenta críticas do setor produtivo e pressões externas. A manutenção desse nível por período prolongado reforça o compromisso com o controle de preços, embora o risco de impactos na atividade econômica siga presente.

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