O Brasil e a China oficializaram em 10 de junho de 2025 o Protocolo Complementar para desenvolvimento do CBERS‑6, o sexto satélite conjunto da série Cbers (China‑Brazil Earth Resources Satellite). Previsto para ser lançado em 2028, o CBERS‑6 marca um avanço tecnológico ao incorporar um radar de abertura sintética (SAR) em banda X, possibilitando observações contínuas, independentemente das condições climáticas ou luminosas.
Inovação e capacitação tecnológica
- Carga útil SAR em banda X: permite imagens de alta resolução (1 m a 50 m) sob qualquer condição — nuvens, chuva, neblina, dia ou noite.
- Plataforma MultiMissão (PMM): estrutura desenvolvida no Brasil e já comprovada na missão Amazônia‑1.
- Divisão equitativa de custos: o protocolo determina que Brasil e China compartilhem responsabilidades e investimentos em partes iguais (50 % cada)
Objetivos e aplicações
O CBERS‑6 complementará os satélites ópticos da série, garantindo continuidade na geração de dados de monitoramento terrestre. Seu radar SAR permitirá:
- análise diurna e noturna da superfície terrestre;
- monitoramento da Amazônia, para deflorestamento e queimadas;
- vigilância de fronteiras, áreas urbanas, recursos hídricos, vegetação, zonas costeiras e atividades agrícolas.
Fase atual do projeto
Em 27 e 28 de junho de 2024, o CBERS‑6 recebeu o aval no Preliminary Design Review (PDR), conduzido pela CAST em Pequim e com participação do INPE, atestando a maturidade técnica do projeto. Em junho de 2025, o governo brasileiro promulgou decreto oficializando o acordo, assinado pelo vice‑presidente Geraldo Alckmin.
Orçamento e cooperação estratégica
O projeto tem custo estimado em cerca de R$ 316 milhões (~USD 57 milhões), divididos igualmente entre os dois países. A parceria reforça quase quatro décadas de cooperação espacial entre Brasil e China, com objetivos de fortalecer a autonomia tecnológica, fortalecer o monitoramento ambiental e ampliar acesso a dados geoespaciais.
Relevância regional e global
- Autonomia e soberania: ao agregar radar SAR, o CBERS‑6 permite ao Brasil controlar e analisar informações estratégicas, reduzindo dependência externa.
- Avanço científico: amplia a capacidade de pesquisa em mudanças climáticas, uso do solo, gestão da água, agricultura e flotagem.
- Cooperação Sul‑Sul: a parceria simboliza uma das colaborações tecnológicas mais duradouras entre países emergentes em sensoriamento remoto
+ Não há comentários
Adicione o seu