O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, concedeu entrevista à ESPN Brasil nesta quinta-feira (11 de junho de 2025), onde expôs duras críticas a quatro clubes da Série A — Corinthians, Santos, Grêmio e Atlético‑MG — por deixarem de honrar pagamentos ao clube mato-grossense. O dirigente totaliza mais de R$ 40 milhões ainda pendentes.
Detalhes das dívidas
- Corinthians é o maior devedor: deve R$ 18,5 milhões pela transferência do volante Raniele. O pagamento da primeira parcela, acordado via CNRD, está programado para 17 de julho de 2025.
- Santos acumula dívida de cerca de R$ 16,3 milhões pela venda do zagueiro Joaquim, junto a parcelas adicionais vinculadas à negociação com o Tigres, do México.
- Atlético-MG deve aproximadamente R$ 4,6 milhões pela transferência do atacante Deyverson. A expectativa é de decisão da CNRD até setembro/outubro de 2025.
- Grêmio também acumula dívida de cerca de R$ 700 mil pela venda do meio-campista Pepê ao Vitória — recurso que o clube gaúcho ainda se dispõe a parcelar.
Reações fortes e críticas ao “calote”
Cristiano Dresch não poupou críticas:
“Você se sente enganado… tive que recorrer ao mercado financeiro, antecipar recebíveis, pagar juros… e esses clubes continuam gastando de forma irresponsável”
Sobre o Corinthians, foi ainda mais incisivo:
“Será que o Corinthians se manteria na Série A se tivesse que honrar as dívidas? Eles se salvaram dando calote.”
Dresch defende que tais atitudes criam um panorama desigual onde grandes se beneficiam enquanto clubes menores, mesmo cumpridores de seus compromissos, enfrentam dificuldades.
Medidas e advertências
- O clube acionou a CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas) em todos os casos.
- Prévia aplicação de transfer ban (bloqueio de registros) está sendo considerada para o Corinthians caso a 1ª parcela não seja quitada até julho.
- O dirigente afirma que não negociará novas vendas de atletas enquanto as dívidas persistirem, mesmo caso do Estrela Amadora, de Portugal, que havia demonstrado interesse em um jogador emprestado.
Proposta de solução: “SPC do futebol”
Como alternativa, Dresch sugeriu a criação de um sistema semelhante ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), aplicado ao futebol:
“Enquanto existirem débitos, não negoço… acho que a gente deveria criar um SPC no futebol.”
Com isso, pretende impedir que clubes saiam ilesos de dívidas e garantir mais equilíbrio nas negociações entre equipes de diferentes portes.
Panorama e consequências
- Revelação dos valores: R$ 40 milhões ainda a receber de quatro clubes, sendo R$ 18,5 milhões apenas de um deles.
- Pressão por medidas: transferência bloqueada, CNRD, crédito restrito — alternativas sobre a mesa para obrigar cumprimento das dívidas.
- Impacto no mercado: Dresch já avisou que manterá postura rigorosa na contratação de clubes inadimplentes, preservando os interesses do Cuiabá.
Com tom firme e apelo por justiça esportiva, Cristiano Dresch revela não só o impacto financeiro da inadimplência, mas também propõe mudanças estruturais no futebol brasileiro.
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